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domingo, 2 de janeiro de 2011

A ESCOLHA QUE CURA


Quando tudo está confuso em nosso coração e na razão temos que discernir o que verdadeiramente precisa ser feito, teoricamente parece ser fácil resolver, porque no fundo, bem no fundo mesmo, sabemos que decisão precisa ser tomada. O difícil é quando a nossa vontade não é a mesma de Deus, principalmente quando se espera anos por algo e você se dá conta que não se concretizará, ou que se perdeu algo que você tanto almejava tornando difícil admitir que na verdade perdeu o que nunca se teve. Aí entra o conflito do coração com a razão... Nos momentos de aflição você pede a Deus desesperadamente por socorro, que o Senhor faça a sua vontade mediante o seu problema, porque é sabido que Deus, melhor que ninguém, sabe o que é melhor para nós. Mas, bem dentro do nosso interior não o entregamos nas mãos de Deus como deveríamos e passamos tempos de nossas vidas colocando e tirando o problema das mãos do Senhor. Adiando a cura e também a felicidade.
A maturidade de lidar com as perdas ou algo almejado que não foi possível conquistar se adquire quando aceitamos o desafio de viver o sofrimento intensamente e por inteiro sem queimar etapas, aceitar e respeitar o tempo devido para esse processo, mesmo que demorado, certamente sentiremos as conseqüências dessa longa espera, como se as limitações e fraquezas vividas tivessem o poder de paralisar o tempo e destruir a nossa vida, dando a impressão de abandono, como se a dor nos consumisse em chamas agressivamente ardentes, tirando a esperança de sobreviver, ou de que o “bombeiro” venha nos socorrer! A essa altura do campeonato a pergunta é “como sairei?” ou já sem forças “quem me tirará do meio desse incêndio impiedoso?” Se questionamos humanamente não ouviremos e nem enxergaremos as respostas, no desespero só será possível vê o que o medo permite que vejamos: as chamas de dor por todos os lados e a fumaça cinzenta de alto a baixo a nos sufocar.
Ora, se num prédio em chamas totalmente comprometido, pondo a própria vida em risco o bombeiro se submete a entrar no prédio e salvar a vítima aflita e indefesa, quanto mais o nosso Deus que ao ouvir o pedido de socorro de seu filho vem em seu auxílio e tira-o do meio das labaredas.
“Para os montes levanto os olhos: de onde me virá socorro? O meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra.” (Sal. 120, 1-2) É chegada a hora de decidir por abrir mão do que nunca se teve entende? De ter a coragem de colocar de vez os seus problemas e o real motivo que te causa tanto sofrimento nas mãos do Senhor, permitir que Ele haja de acordo a Sua vontade. É uma escolha pessoal, ninguém pode fazer pelo outro, mas Deus pode resolver por todos. E assim como o salmista não clamar só com a fraqueza da carne, mas com a força da alma que só o Espírito Santo dá, assim será possível enxergar além da fumaça cinzenta e do fogo da sua dor o socorro que só vem do alto, que está acima da nuvem cinzenta formada pela fumaça, o socorro do Senhor!
Davi ao mesmo tempo em que questionou de imediato obteve a reposta que precisava para aliviar sua aflição naquele instante: O meu socorro vem do Senhor! E por toda sua extensão o salmo 120 nos traz o conforto que a alma cansada tanto anseia:
“Ele não permitirá que teus pés resvalem; não dormirá aquele que te guarda.
Não, não há de dormir nem adormecer o guarda de Israel.
O senhor é teu guarda, o Senhor é teu abrigo, sempre ao teu lado.
De dia o sol não te fará mal; nem a lua durante a noite.
O Senhor te resguardará de todo o mal; ele velará sobre tua alma.
O Senhor guardará os teus passos, agora e para todo sempre.”
Quando sentires cansado, triste abatido, com o coração ferido e sangrando coloca a seu flagelo nas mãos de Jesus e ore humildemente:
“Peço a Ti Senhor que sonhe e escreva por mim as páginas dos dias que hão de vir que o Teu Espírito Santo me socorra, me conduza, me console, me cure, me renove, que nas próximas laudas de minha vida eu possa a cada dia discernir o que Tu queres pra mim, se eu errar, vacilar, ou nos meus caminhos a escuridão insistir em predominar que Tu venhas ser o farol que ilumina a escuridão de minha estrada, para que eu possa enxergar Tua vontade, sem medo de seguir em frente e reescrever a minha história.”
Dai-me a coragem de clamar Senhor: “Quero hoje pra minha vida escolher o que é nobre e digno diante de Deus. E não ter medo de abrir mão do que já não me pertence mais.” Amém.


Ione Aquino


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